sexta-feira, 16 de maio de 2008

A importância do gesto durante o discurso

Os gestos são responsáveis pela forma que o comunicador se expressa. O gesto provém de uma pausa que permiti ao comunicador imaginar o que será dito a seguir. A partir deste momento, se houver comprometimento com o assunto, a vontade de gesticular será ativada. Se o próximo passo for acessar a generosidade, os gestos gerados estarão de acordo com a explanação. E ao realizar movimentos adequados ao que está sendo dito, a forma de falar se adequa da mesma maneira, a expressão se ativa.

“Alguns profissionais exploram muito pouco os gestos, ou seja, se observarmos as expressões faciais, o tom de voz, a energia e a capacidade de contagiar o interlocutor, notaremos que os resultados serão bastante insatisfatórios. Para que a voz vibre e haja ritmo para materializar aquilo que é dito, para estimular a curiosidade e a vontade do interlocutor de armazenar as informações recebidas, para conferir credibilidade é necessário estimular os próprios sentidos e a própria criatividade”, afirma Sttella Gulo Baster, consultora e professora da Talk Stick 22.

Para ser completo, o comunicador precisa conhecer o assunto que irá expor, se atentar à coerência dos gestos, ter rico vocabulário e adequá-lo à situação, explorar a voz e suas nuances, manter a expressão facial ativada e ter vontade e atitude para sair do eventual modelo padrão.

“Por isso, é importante que estas qualidades estejam vivas durante todo o dia, em todas as situações. Esqueça a possibilidade de fazer uma explanação digna de aplausos verdadeiros, de conduzir brilhantemente uma reunião, de apresentar um belíssimo discurso se aplicar estas técnicas somente na hora H! Estas técnicas precisam fazer parte do jeito de ser do comunicador, para acontecer de forma natural e confortável proporcionando clareza e tranqüilidade nos diálogos”, completa a consultora da Talk Stick 22.

O gesto nervoso, responsável pelo “ruído visual”, compete com o próprio conteúdo exposto. Já o gesto “libélula”, romântico e suave demais em uma reunião de negócios, por exemplo, pode ser muito negativo, assim como o gesto pontuado que gera uma fala fragmentada. Neste último caso, o interlocutor tem um desgaste desnecessário para juntar as informações que deveriam estar sendo oferecidas de forma fluída. Em primeiro lugar na escala dos gestos a serem evitados, estão sem dúvidas os obscenos.

“A única ‘fórmula’ para controlar os tiques é a atenção. Repito muito o termo: ‘Tenha em mãos as rédeas da sua comunicação!’ Os tiques são voluntários, e o sujeito diz: ‘Mas são tiques!’ e eu digo: ‘Mas são voluntários!’”, explica Sttella. “Por exemplo, a perna que não para de pular enquanto o fulano conversa com um cliente. Desde quando uma perna tem vida própria? Tudo é uma questão de atenção. Enquanto falo, posso facilmente dar uma olhada panorâmica, como se fosse um fantasma visitando um ambiente, e perceber meus desalinhos. Minha perna está pulando! Ops! Parar! Porque isso demonstra ansiedade e falta de respeito com o interlocutor. Passa a sensação, por parte de quem tem o tique, de que se é rápido demais para suportar tamanha lerdeza.”

É importante lembrar que os gestos estão diretamente relacionados com as expressões faciais. Por isso, quando se conhece bem um assunto, as idéias estão em ordem, há comprometimento, e se é generoso, o discurso acontecerá de modo claro e coerente. Os comunicadores serão capazes de materializar o que é dito objetivamente, maximizando a apresentação e controlando os tiques que distraem ou contradizem o discurso apresentado.

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