quinta-feira, 24 de abril de 2008

O desafio da maternidade na vida da mulher moderna

As oportunidades para as mulheres têm crescido consideravelmente nos últimos anos. Em 1990, a parcela feminina no mercado de trabalho era de 34,4%. Em 2006, elas já ocupavam 42% dos postos de trabalho. E enquanto a carreira recebe toda a atenção necessária, outros sonhos acabam ficando em segundo plano. Por exemplo: a maternidade.

Há mulheres que enfrentam o desafio e tentam conciliar carreira e maternidade, sem postergar nenhum dos dois sonhos. Ao fazer esta opção, a vida dessa mãe passa por uma revolução não apenas por optar dar à luz, mas porque todo o seu esquema familiar e profissional se transforma. E é justamente depois das mudanças que começam as cobranças!

“A boa mãe não é perfeita, nem é aquela que se dedica apenas e exclusivamente aos filhos”, resume a psicóloga Tânia Novinsky Haberkorn. “É uma espécie de malabarista que se desdobra em múltiplos papéis e sofre pressões de todos os lados. Quer estar presente para os filhos, mas percebe que também é fundamental buscar realizações pessoais e profissionais.”

A empresária Ana Beatriz Schauff tem enfrentado esse desafio. Mãe do pequeno Carlos Eduardo de 3 meses, ela se sente pressionada pela sociedade por tentar conciliar carreira e família. “As pessoas têm me olhado feio quando eu digo que estou voltando ao trabalho. Por que a sociedade cobra tanto da gente? Temos que ser: bonitas, magras, boas de cama, boas na cozinha, inteligentes, boas profissionais, ganhar dinheiro, ter filhos, cuidar bem deles... Tudo junto ao mesmo tempo”, desabafa.


Segundo a psicóloga Sheila Skitnevsky Finger, esta queixa tem aparecido cada vez mais no consultório e nas rodas de conversas entre mães. “Esse desabafo é típico do que chamamos de ‘a cara da mãe pós-moderna’. O fato é que o papel da mulher na sociedade mudou muito e rapidamente, mas o suporte e as estratégias para ajudarem a mãe a dar conta de tudo isso com certeza não acompanharam essa mudança.”

É importante lembrar que todas as escolhas têm perdas, mas também promovem crescimento. “A busca do equilíbrio entre as suas necessidades, as da família, e as do trabalho é um processo complicado e dinâmico, e só pode ser alcançado através de constantes acomodações. Por isso, as mulheres precisam reconhecer as próprias necessidades e saber pedir ajuda”, completa Tânia Novinsky Haberkorn.

E nem sempre o desejo da mulher tem a ver com a sua realidade presente. Porém ao formular o desejo sem medo, ela aproxima a sua vida do que realmente está querendo. Segundo a Sheila Finger, o processo de formulação do desejo não é simples porque é preciso desconstruir crenças antigas e expectativas nossas e dos outros. Por outro lado, é geralmente um processo de grandes descobertas, que leva a uma liberdade maior.

Para quem quiser debater mais sobre o tema, a dica é participar do Workshop Maternidade na Pós-Modernidade que acontecerá no dia 8 de maio, às 20h, na livraria HaiKai: Rua Armando Penteado, 44, Praça Vilaboim, Higienópolis. O evento é gratuito com vagas limitadas. A inscrição deve ser feita antecipadamente pelo telefone 3804-3167 ou pelo e-mail contato@maepessoa.com.br.

Mais informações: http://www.maepessoa.com.br/.



por Dani F.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito boa a matéria sobre como conciliar a maternidade e o trabalho.
Hoje em dia muitas mulheres precisam trabalhar e imagino que deixar seus filhos deve ser uma tortura!
As pessoas julgam sem ao menos conhecer a necessidade dessas mulheres, que com certeza se pudessem ficaram com seus filhos 24horas por dia!!!